terça-feira, 31 de agosto de 2010

CÍRCULO DO AMOR




Ele quase não viu a senhora com o carro parado no acostamento.
 Mas percebeu que ela precisava de ajuda.
 Assim, parou seu carro e aproximou-se.
O carro dela cheirava a tinta, de tão novinho.
Mesmo com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou preocupada.
Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora.
Ele iria aprontar alguma? Ele não parecia seguro, parecia pobre e faminto.
 Ele pôde ver que ela estava com muito medo e disse:
- "Eu estou aqui para ajudar, madame.
Por que não espera no carro onde está quentinho?
A propósito, meu nome é Bryan".

Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma senhora era ruim o bastante.
Bryan abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro.
Logo ele já estava trocando o pneu.
Mas ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos.
 Enquanto ele apertava as porcas da roda, ela abriu a janela e começou a conversar com ele.
Contou que era de St.Louis e só estava de passagem por ali
e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.
Bryan apenas sorriu enquanto se levantava.
Ela perguntou quanto lhe devia.
Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela.
 Já tinha imaginado todos as terríveis coisas
que poderiam ter acontecido se Bryan não tivesse parado. 

Bryan não pensava em dinheiro.
Aquilo não era um trabalho para ele.
Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já lhe ajudara bastante.
Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo.
Ele respondeu:- "Se realmente quiser me reembolsar,
da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda,
dê para aquela pessoa a ajuda que precisar".
E acrescentou: "... e pense em mim". 

Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi.
Tinha sido um dia frio e deprimido, mas ele se sentia bem, indo pra casa,
desaparecendo no crepúsculo. 

Alguns milhas abaixo a senhora encontrou um pequeno restaurante.
Ela entrou para comer alguma coisa. Era um restaurante sujo.
A cena inteira era estranha para ela. 
A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha limpa
para que pudesse esfregar e secar o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso,
 um sorriso que, mesmo os pés doendo por um dia inteiro de trabalho, não pôde apagar.
A senhora notou que a garçonete estava com quase oito meses de gravidez,
mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude.
A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco,
podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Bryan. 

Depois que terminou a refeição,
enquanto a garçonete buscava troco para a nota de cem dólares,  a senhora  retirou-se.
Já tinha partido quando a garçonete voltou.
 A garçonete ainda queria saber onde a senhora poderia ter ido
quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de $100 dólares.
 Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu.
Dizia: "Você não me deve nada, eu já tenho o bastante.
Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma estou lhe ajudando.
Se você realmente quiser reembolsar-me, não deixe este círculo de amor terminar com você".
Bem, havia mesas para limpar, açucareiros para encher e pessoas para servir. 

Àquela noite, quando foi para casa e deitou-se na cama,
ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito.
 Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto?
Com o bebê para o próximo mês, estava difícil.
Ela virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado,
deu-lhe um beijo macio e sussurrou:
"Tudo ficará bem; eu te amo, Bryan". 

""  A vida sempre será uma troca. De um dar, e um receber".  
 

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

DICAS DE BELEZA - AUDREY HEPBURN



1. Para ter lábios atraentes, diga palavras doces. 2. Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas. 3. Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos. 4. Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia. 
 5. Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho.
6. Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; jamais jogue alguém fora.
7. Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficamos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo. 

8. A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.
9. A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está reflectida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra.
10. A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.
O Talmud é um livro onde se encontram condensados todos os depoimentos, ditados e frases pronunciadas pelos Rabinos através dos tempos.

Há um ditado que termina assim: 
 "Cuida-te quando fazes chorar uma mulher, pois Deus conta as suas lágrimas.
A mulher foi feita da costela do homem,
não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior,
mas sim do lado para ser igual,
debaixo do braço para ser protegida
e do lado do coração para ser AMADA."
Audrey Hepburn 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEU CORPO, MUITO PRAZER!


Já pensou realizar suas atividades diárias no trabalho ou em casa gastando pouca energia corporal, com a mesma eficácia e se cansando menos? Conseguir perceber a forma como o seu corpo responde aos seus movimentos? Ou até conseguir determinar imediatamente o que está causando uma dorzinha na coluna, ou nas pernas, por exemplo, que começa a incomodar?

Estes são os principais benefícios da eutonia, uma prática corporal desenvolvida pela alemã Gerda Alexander, como método para atacar os efeitos de uma endocardite (inflamação no coração que causa dores e cansaço).

Segundo a professora Célia Faustino, o objetivo da eutonia é proporcionar uma visão mais integrada da pessoa e fazê-la responder ao estímulo do toque, aumentando sua percepção. Para isso, utiliza diversos exercícios de alongamento e materiais externos, como bolas de gás, tênis, bambu e castanhas, entre outros, que proporcionam maior conhecimento do corpo e desperta sensações internas, permitindo que a pessoa sinta no seu dia a dia.

"Geralmente as pessoas passam o tempo todo preocupadas com episódios desagradáveis do passado, ou remoendo o que supostamente acontecerá de ruim no futuro. Praticando Eutonia, ela aprende a viver o presente, focando-se no que está acontecendo naquele momento", explica a professora.

Isso também reflete na capacidade organizacional de cada um. Concentrando-se no presente e conhecendo sua necessidade, é fácil determinar as prioridades dentro da rotina e traçar o tempo certo para cada uma. 
Via de regra, os exercícios não têm movimentos pré-definidos e desenvolvem a sensibilidade nas pessoas de duas formas:



a superficial, que trabalha a percepção da pele e do tato; e a profunda, que compreende a relação do corpo com os ossos, ensinando, por exemplo, em qual deve se apoiar o peso na hora de sentar, pegar objetos etc.

"A partir do momento que a pessoa compreende e trabalha as duas vertentes, o que está entre eles também evolui, como a musculatura e o sistema circulatório", afirma Célia.

Além disso, conhecer o corpo é uma forma de aceitá-lo. A aluna Rosimeire Ferreira da Silva afirma que, desde que começou a frequentar o curso, entendeu que não adianta desejar um corpo diferente do seu. "Conhecendo-me, adquiri a noção de que nem sempre o que fica bom em outra mulher vai ficar bem em mim", compartilha.
A eutonia aplicada de várias formas
É possível trabalhar a sensibilização do corpo em conjunto com três áreas diferentes: pedagógica, terapêutica e musical. Segundo Célia, cada pessoa reagirá de acordo com aquilo que tem mais afinidade e não deve haver distinção. A troca de experiências é fundamental para que a pessoa afetada pela linha terapêutica compreenda quais os sentidos foram despertos nos artistas presentes.

Quem sofreu alguma alteração no corpo devido a uma cirurgia, por exemplo, também pode usar as aulas como terapia para descobrir tais mudanças e redescobrir o corpo nesta nova condição.
 
Já na sensibilização musical, ocorre o encontro entre o mundo corporal e a criatividade, proporcionando uma maior reflexão sobre a identidade cultural de cada pessoa. Uma oficina entre relação eutonia-música acontecerá de 25 de setembro até 11 de dezembro, no Sesc Santos, em parceria com o músico Márcio Barreto.

Palestra - Célia Faustino também ministrará terça-feira (17), às 20h, a palestra "A Importância do Toque", dando sequência ao ciclo de debates sobre eutonia e qualidade de vida, na Biblioteca Mário Faria (Posto 6 do jardim da praia, próximo à rua Alexandre Martins, Aparecida).

Serviço - Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino
Rua Oswaldo Cochrane, 71 - sala 34 - Tel.: (13) 3227-3790 

Santos - SP


 http://www.jornaldaorla.com.br/noticias_integra.asp?cd_noticia=4481

terça-feira, 24 de agosto de 2010

MEDITAR É PRECISO




Ao se levantar e espreguiçar os braços por alguns instantes, o dia corre melhor e mais sereno. Provavelmente você nunca reparou isso, mas mantenha-se atento da próxima vez e note a diferença.
Segundo o publicitário e especialista em Meditação Ativa, Américo Barbosa, o ato é uma variante das mais de 6 mil formas de meditar, ou seja, de ativar a capacidade da mente, trazer uma espécie de paz de espírito e clarear as ideias na hora de tomar importantes decisões. 




Diferente do relaxamento, que desliga a mente da pessoa, a meditação tem a função inversa: ela clica no botão ligar, ao mesmo tempo em que oferece um descanso para o coração e o cérebro, algo que não acontece nem dormindo o mais profundo sono dos justos, pois, segundo Barbosa, são os únicos órgãos que não descansam juntos com o resto do corpo ao dormir.

Ao meditar, a pessoa também consegue se livrar de sensações incômodas, frutos do estresse e da raiva, permitindo encarar os problemas através de um retrovisor de 360º, enxergando todas as possíveis soluções. "Problemas fazem parte do caminho para a evolução", ressalta o publicitário. "Mas quando a raiva domina, a pessoa simplesmente não consegue enxergar as possibilidades. É, como dizem, a raiva deixa a pessoa cega", explica.
O autocontrole em situações desagradáveis traz benefícios tanto no trabalho, ao ter que lidar com algum imprevisto, quanto nos próprios relacionamentos familiares e interpessoais. A pessoa deixa de descontar no namorado frustrações vindas de fora e, por que não, de dentro da própria relação.

Além de aumentar a tolerância, manter a raiva fora do corpo ajuda também em aspectos orgânicos, como o sistema imunológico. Em situações de estresse ou nervoso, hormônios e diversas outras substâncias químicas são liberadas na circulação sanguínea, como uma espécie de estado de alerta, e o corpo passa a lutar contra isso, a repelir a ameaça. Ao meditar, a pessoa trabalha na recuperação desse processo e reorganiza seu sistema imunológico. "É uma forma de manter-se atenta, mas não pronta para uma guerra, como se o corpo estivesse dominado pela raiva", explica Barbosa.

A vantagem é que, como as pessoas vivem correndo de lá pra cá, comportamento típico da pós-modernidade, o tempo reservado para a meditação não precisa necessariamente ser extenso. Barbosa afirma que uma pessoa pode meditar enquanto está andando, por exemplo, durante apenas um ou cinco minutos por dia, ou até mesmo por semana.

 "Em uma reunião de negócios estressante, a pessoa pode simplesmente pressionar o dedo direito no centro da mão esquerda, fechá-la bem, e concentrar-se na pulsação. Ela não se desliga do que está sendo tratado na reunião e ainda consegue garantir paz e calma para chegar ao fim", ensina. "Mais de 70% dos funcionários brasileiros vivem constantemente sobre níveis altíssimos de estresse e 25% dos professores chegaram ao seu limite. Em estados como esse, tudo o que a pessoa faz se torna superficial", argumenta. "O objetivo final não é tornar-se um santo, mas aprender a ter maior domínio sobre si e sobre suas próprias ações", arremata.

Palestra - O especialista Américo Barbosa realizará dia 1º de setembro, às 18h30, uma palestra no Sindicato do Comércio Varejista de Santos. Além dos benefícios que a meditação traz, ele também ensinará diversas técnicas de meditação. Mais informações: www.meditacaoativa.com.br


http://www.jornaldaorla.com.br/noticias_integra.asp?cd_noticia=4475

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TOURADA - UM RITUAL...MACABRO





Dias antes do espetáculo, são colocados pesos sobre as costas do touro, que lhe causam muitas dores. Um dia antes o animal é posto num recinto escuro, sem água ou alimento. Dão-lhe laxantes, provocando diarréias que o desidratam. As pontas dos chifres são cerradas, tornando-se sensíveis e dolorosas a qualquer toque. Seus olhos são besuntados com vaselina, o que dificulta a visão.
Quando a porteira se abre e ele entra na arena cheia de claridade, está fraco, debilitado, dolorido e sem enxergar direito. As roupas coloridas e cheias de lantejoulas dos toureiros ainda mais confundem sua visão.
Montados a cavalo, os "picadores" iniciam a tortura. Lanças são espetadas em suas costas, perfurando - as até o pulmão. Lanças menores, com pontas em forma de anzol para que não se soltem, continuam a ser fincadas em seu dorso, dilacerando mais e mais os pulmões. Os pulmões se enchem de secreção e sangue e o touro começa a não conseguir respirar. Golfadas de sangue passam a sair pelo nariz e pela boca. Alguns cavalos (que têm os olhos vendados, os ouvidos tapados e as cordas vocais cortadas) muitas vezes são atingidos e têm as barrigas rasgadas, caindo ao chão com as vísceras caindo para fora.
Quando o touro já não mais se aguenta de pé, chega o "heroico" matador, para o golpe final.
Uma espada é fincada em sua nuca para secionar a medula. O touro cai e não consegue se mover, mas ainda está vivo e sente. O matador tenta apunhalá-lo no coração, mas nem sempre acerta da primeira vez. Várias punhaladas são necessárias. Finalmente, o touro está morto. A tortura terminou.
O "heroico" matador corta-lhe as orelhas e a língua e as exibe, triunfante, para uma plateia que aplaude, ensandecida.
Como pode essa barbárie ser chamada de "arte", "cultura" ou "divertimento"?

Fonte: Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal - foranima@terra.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. matplisboa@hotmail.com (Organização Portuquesa de Bem-Estar Animal)

http://www.institutoninarosa.org.br/textos Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

HANAMI - CEREJEIRAS EM FLOR (Filme)


Hanami – Cerejeiras em Flor (KIRSCHBLÜTEN – HANAMI) - 2008 - Alemanha


Um filme sensível, que fala de amor, de efemeridade, de conflitos familiares. O filme trata, principalmente, da distância da solidão e da falta de comunicação entre mundos – e do resgate desta, ainda que tardio.

Apenas Trudi sabe que seu marido Rudi está sofrendo de uma doença terminal e ela precisa decidir se vai contar a ele ou não. O médico sugere que eles façam algo juntos, como realizar um velho sonho. Trudi decide não contar ao marido sobre a gravidade de sua doença e aceita o conselho do médico. Ela há muito tempo gostaria de ir ao Japão, mas primeiramente convence Rudi a visitar seus filhos e netos em Berlim. Quando chega na cidade, o casal percebe que os filhos estão tão ocupados com suas próprias vidas que não têm tempo para sair com eles. Na segunda viagem que Rudi aceita fazer com a esposa, ela morre repentinamente. Rudi fica devastado e não tem a menor idéia do que fazer. Através do contato com a amiga de sua filha, Rudi compreende que o amor de Trudi por ele havia feito com que ela deixasse de lado a vida que queria viver. Ele começa a vê-la com outros olhos e promete compensar sua vida perdida embarcando em uma última jornada, para o Japão, na época do festival das cerejeiras, uma celebração da beleza, da impermanência e de um novo começo.

http://www.mostra.org/32/exib_filme.php?filme=30

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Gratidão canina



A seguinte imagem é comovente!
A Doberman está grávida.
O bombeiro acaba de salvá-la de um incêndio em sua casa, a salvou e colocou no jardim,

e logo continuou sua luta contra o fogo.

Quando finalmente conseguiu apagar o fogo,

se sentou para tomar um pouco de ar e descansar.

Um fotógrafo do jornal Notícias da Carolina do Norte/EUA,

notou que a cadela observava a distancia o bombeiro.

Viu a Doberman caminhar direto até o bombeiro

e se perguntou o que ela vai fazer.?

Assim que levantou sua câmera, o animal chegou até o homem cansado que acabara de salvar a sua vida e de seus bebês.


O fotógrafo captou o momento exato em que a cadela beijou o bombeiro. 


POUCOS DE NÓS HUMANOS, TEMOS O GESTO NOBRE DE AGRADECER A QUEM NOS FAZ O BEM.
ESSA FOTO NOS MOSTRA QUE ATÉ AS OUTRAS ESPÉCIES ANIMAIS TEM O SENTIDO DA GRATIDÃO.

O NÃO AGRADECER A QUEM NOS FAZ O BEM, DEMONSTRA O QUANTO
AINDA TEMOS QUE SOFRER PARA NOS TORNARMOS HUMANOS.


Colaboração de: Marcia Gonçalves 

www.canilgoncalvesbaby.zip.net 
 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

UMA FORÇA INSUPERÁVEL


UMA FORÇA INSUPERÁVEL

Conta-se de um próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades e que estava gravemente enfermo. Algo que lhe preocupava muito era o clima de desarmonia que reinava entre seus filhos. Pensando em dar-lhes uma lição, ele chamou os quatro para fazer-lhes uma revelação importante.
Ao chegarem à casa do pai, o viram sentado numa cadeira de balanço. O pai chamou-os para mais perto e comunicou-lhes a seguinte decisão:
- Como vocês sabem, eu estou velho, cansado e creio que não me resta muito tempo de vida. Por isso, chamei-os aqui para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um de vocês.
Os filhos, surpresos, se entreolharam e ouviram o restante que o pai tinha, ainda, para lhes dizer:
- Vocês estão vendo aquele feixe de gravetos ali, encostados naquela porta? Aquele que conseguir partir o feixe ao meio, apenas com as mãos, este será meu herdeiro.
Cada um deles teve sua chance de tentar quebrar o feixe, mas nenhum, por mais esforço que fizesse, foi bem sucedido na sua tentativa. Indignados com o pai, que lhes propusera uma tarefa impossível, começaram a reclamar.
Foi nesse momento que o fazendeiro pediu o feixe para si e afirmou que ele mesmo o quebaria. Incrédulos, os deram o feixe para o pai, que foi retirando, um a um, os gravetos, quebrando-os, separamente, até não mais restar um único inteiro. Depois, ele concluiu:
- Eu não tenho o menor interesse em deixar os meus bens para só um de vocês. Eu, quero na verdade, que vocês, juntos, sejam os sucessores do meu trabalho, com garra, dedicação e, acima de tudo, repletos de amor uns pelos outros.
Disse ainda:
- Enquanto vocês estiverem unidos, nada poderá por em risco tudo que construí para vocês. Nada, nem ninguém os quebrará. Mas, separadamente, vocês serão tão frágeis quanto cada um desses gravetos.
Esse, então, é o moral de nossa história: assim como os gravetos formam um feixe difícil de ser partido, da mesma maneira o ser humano ao ajudar o próximo, seguirá muito mais longe do que ao se guiar pelo famoso “cada um por si e Deus por todos”.

Fonte: http://shakyamuni.net.br/2010/08/10/fabula-espiritual/

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A paz perfeita


A paz perfeita


Havia um rei que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de captar numa pintura a paz perfeita. Foram muitos os artistas que tentaram. O rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele realmente gostou e teve que escolher entre ambas.

A primeira era um lago muito tranqüilo. Este lago era um espelho perfeito onde se refletiam umas plácidas montanhas que o rodeavam. Sobre elas encontrava-se um céu muito azul com tênue nuvens brancas. Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a paz perfeita.


A segunda pintura também tinha montanhas. Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um céu tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com faíscas e trovões. Montanha abaixo parecia retumbar uma espumosa torrente de água. Tudo isto se revelava nada pacífico.


Mas, quando o rei observou mais atentamente, reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído da violenta camada de água, estava um passarinho placidamente sentado no seu ninho. Paz perfeita.


Qual pensas que foi a pintura ganhadora? O rei escolheu a segunda. Sabes por quê?


"Porque", explicou o rei, "paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo ou sem dor."

"Paz significa que, apesar de se estar no meio de tudo isso, permanecemos calmos no nosso coração. Este é o verdadeiro significado da paz". 


Colaboração de: Suzi Santos da Silva 

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Descoberta da Bondade Fundamental - 2ª Parte

A Descoberta da Bondade Fundamental - 2ª Parte


Às vezes a palavra meditação é empregada para designar a contemplação de determinado tema ou objeto: medita-se sobre isto ou aquilo. Meditando-se sobre uma questão ou sobre um problema, pode-se achar a solução para eles. A palavra também está ligada à busca de uma condição mental superior, através de algum tipo de estado de transe ou absorção.
Mas aqui nós falamos de um conceito de meditação completamente diferente: a meditação incondicional, sem nenhum objeto ou idéia fixados na mente. Na tradição de Shambhala meditar é simplesmente treinar nosso ser para que a mente e o corpo possam estar sincronizados. Através da prática da meditação podemos aprender a ser absolutamente autênticos, sem dissimulação: podemos aprender a viver plenamente.
A vida é uma viagem sem ponto final; é uma grande rodovia que se estende infinitamente no horizonte. A prática da meditação fornece-nos um veículo para percorrer essa estrada. A viagem está cheia de altos e baixos, de esperança e medo, mas é uma boa jornada. A prática da meditação permite-nos vivenciar todas as texturas da estrada, e é justamente nisso que consiste a viagem.
Com a prática da meditação começamos a descobrir que, afinal de contas, não há em nós nenhum motivo fundamental para nos queixarmos de coisa alguma.
Damos início à prática da meditação sentando-nos no chão com as pernas cruzadas. Simplesmente pelo fato de permanecermos ali, no instante presente, começamos a sentir que podemos moldar nossa vida e até torná-la maravilhosa. Percebemo-nos capazes de sentar como rei ou rainha num trono. A majestade dessa situação revela-nos a dignidade que há em sermos tranqüilos e simples.
Na prática da meditação uma postura reta é extremamente importante. Manter as costas eretas não é uma postura artificial. É a posição natural do corpo humano. O estranho é justamente o contrário. Uma postura descuidada, com ombros caídos e costas recurvas, impede-nos de respirar de forma adequada, além de ser um indício de que estamos começando a ceder à neurose.
Assim, ao sentarmos eretos estamos proclamando — a nós mesmos e ao resto do mundo — nossa disposição para nos tornarmos guerreiros, seres plenamente humanos.
Para ter as costas eretas não é necessário fazer força e obrigar os ombros a se levantarem; a postura erguida vem naturalmente do ato de sentar com simplicidade, mas também com altivez, no chão ou numa almofada própria para meditar. Logo, se as costas estão retas, não sentimos nenhum vestígio de timidez ou constrangimento, e assim não há por que abaixarmos a cabeça.
Não estamos nos curvando a nada. Por isso os ombros automaticamente se endireitam, e nossa percepção da cabeça e dos ombros começa a ficar mais aguçada. Podemos agora deixar que as pernas repousem naturalmente na posição cruzada; não é necessário que os joelhos toquem o chão. Completamos a postura apoiando levemente as palmas das mãos sobre as coxas, o que nos dá uma sensação ainda maior de estarmos assumindo de maneira adequada o nosso lugar.
Nessa postura o olhar não se perde em passeios a esmo. Temos a sensação plena de estarmos ali e não em outro lugar. Os olhos permanecem abertos, mas o olhar se inclina ligeiramente e estanca a cerca de dois metros diante de nós. Não vagueia de um lado para o outro, o que fortalece a sensação de algo deliberado e bem-definido.
Essa postura real pode ser encontrada em posturas egípcias e sul-americanas, assim como em estátuas orientais. Trata-se de uma postura universal, não específica de nenhuma cultura ou época.
No dia-a-dia também devemos estar atentos à postura, à posição dos ombros e da cabeça, ao modo de andar, de olhar para as pessoas. Mesmo quando não estamos meditando podemos dignificar nossa existência. Podemos superar o constrangimento e ter orgulho de sermos seres humanos. Esse orgulho é aceitável e bom.
Assim, na prática da meditação, sentando-nos com uma boa postura ficamos atentos à respiração. Ao respirar, estamos inteiramente ali, verdadeiramente ali. Com a expiração nós saímos de nós mesmos, nosso fôlego se dissolve e logo em seguida a inspiração naturalmente acontece. Então saímos outra vez. Ocorre assim um constante “ir embora” com a expiração.
Ao expirar nós nos dissolvemos, nos difundimos. Logo depois a inspiração se produz, naturalmente; não precisamos tomar conta. Simplesmente voltamos à postura — e estamos prontos para mais uma expiração. Sair e dissolver-se: chuuu…; em seguida, voltar à postura; logo depois, chuuu…, e voltar à postura.
Haverá então um inevitável clique! — um pensamento. Nesse instante nós dizemos: “Pensando”. Dizemos mentalmente, não em voz alta: “Pensando”. Rotular assim os pensamentos é uma poderosa alavanca para retornarmos à respiração. Quando um pensamento nos afasta por completo do que estamos realmente fazendo — quando já não percebemos que estamos sentados numa almofada, mas nos vemos em Nova York ou San Francisco —, nós dizemos: “Pensando“, e assim nos trazemos de volta à respiração.
O tipo de pensamento na verdade não faz diferença. Na prática da meditação sentada todos os pensamentos, sejam eles escabrosos ou benfazejos, são vistos simplesmente como pensamentos. Não são nem virtuosos nem pecaminosos. Pode-se pensar em assassinar o próprio pai ou ter vontade de fazer uma limonada e comer biscoitos.
or favor, não nos escandalizemos com nenhum pensamento que tivermos: qualquer pensamento é apenas pensamento. Nenhum deles merece nem uma medalha de ouro nem uma repreensão. Limitemo-nos a aplicar-lhes o rótulo — “Pensando” — e voltemos à respiração. “Pensando”, e voltemos à respiração.
A prática da meditação é muito precisa. Deve acertar exatamente no alvo. É um trabalho bastante árduo; porém, se nos lembrarmos da importância da postura, isso levará à sincronização entre a mente e o corpo. Sem uma boa postura, a prática será semelhante ao esforço de um cavalo manco para puxar uma carroça: nunca funcionará. A
ssim, primeiro é preciso sentar e assumir uma boa postura. Em seguida, tem início o trabalho com a respiração: chuuu…, sair, voltar à postura; chuu…, voltar à postura; chuuu… Quando surge um pensamento, nós lhe aplicamos o rótulo — “Pensando” — e voltamos à postura, voltamos à respiração. A mente trabalha em conjunto com a respiração, mas o corpo se mantém sempre como ponto de referência. Não trabalhamos apenas com a mente. Trabalhamos com a mente e o corpo, e quando ambos trabalham juntos, nunca abandonamos a realidade.
O estado ideal de tranqüilidade provém da vivência da sincronização entre o corpo e a mente. Se o corpo e a mente não estão sincronizados, o corpo perde vigor… e a mente se perde por um caminho qualquer. É como um tambor malfeito: o couro não está ajustado à armação, logo, ou a armação se quebrará ou o couro acabará cedendo. A tensão entre eles nunca se mantém constante.
Quando a mente e o corpo estão sincronizados, então, graças à boa postura, a respiração se produz naturalmente. E como a respiração e a postura trabalham juntas, a mente dispõe de um ponto de referência para orientar-se. Como conseqüência, a mente pode sair naturalmente com a exalação.
Esse método de sincronização entre a mente e o corpo nos ensina a ser muito simples e a sentir que não somos nada especiais — somos seres comuns, extraordinariamente comuns. Nós apenas nos sentamos, como guerreiros, e desse ato nasce um senso de dignidade pessoal. Estamos sentados na terra — e percebemos que essa terra nos merece e que nós merecemos essa terra.
Estamos aqui — pessoalmente, com plenitude e autenticidade. Na tradição de Shambhala, portanto, a prática da meditação é indicada para educar as pessoas a serem honestas e autênticas, fiéis a si mesmas.
Em certo sentido, deveríamos ter a sensação de carregar um grande fardo: o fardo de ajudar o mundo. Não podemos nos esquivar a essa responsabilidade para com os outros. Porém, se assumimos esse fardo como um prazer, podemos realmente liberar o mundo.
O meio é este: começar por nós mesmos. Sendo abertos e honestos em relação a nós mesmos, podemos aprender a ser abertos também para com os outros. Desse modo, partindo da bondade que descobrimos em nós, podemos trabalhar com o resto do mundo. Por esse motivo, a prática da meditação é vista como um bom meio — aliás, um excelente meio — de vencer a guerra no mundo: nossa guerra pessoal e as guerras em maior escala.

Chögyam Trungpa, Shambhala: a trilha sagrada do guerreiro.


http://www.vidaplenaebemestar.com.br/

sábado, 7 de agosto de 2010

A Descoberta da Bondade Fundamental

 

A Descoberta da Bondade Fundamental


Grande parte do caos que existe no mundo deve-se ao fato de que as pessoas não se autovalorizam. Como jamais desenvolveram o sentimento de benevolência ou empatia por si mesmas, não conseguem experimentar o sentimento de paz ou harmonia interior, e por isso o que projetam para os demais é igualmente desarmônico e confuso.
Em vez de valorizarmos a vida, freqüentemente julgamos nossa existência como algo garantido, algo que não exige maiores preocupações, ou a consideramos um fardo pesado e deprimente. Há pessoas que ameaçam suicidar-se porque não estão recebendo da vida o que acreditam merecer. Algumas transformam a ameaça de suicídio em chantagem, dizendo que se matarão se certas coisas não mudarem.
É preciso levar a vida a sério, sem dúvida, mas isso não significa exasperar-se, chegar à beira da crise queixando-se dos problemas e alimentando rancor contra o mundo. Temos de aceitar a responsabilidade pessoal pela elevação de nossas vidas.
Quando uma pessoa não se condena, quando não se inflige punições, quando relaxa um pouco mais e valoriza seu corpo e sua mente, ela começa a ter contato com a noção básica de bondade fundamental existente nela.
Por isso é extremamente importante a disposição para abrir-se a si mesmo. Cultivar ternura por nós mesmos permite-nos enxergar com clareza tanto os nossos problemas como as nossas potencialidades; não nos sentimos compelidos nem a fechar os olhos aos problemas, nem a exagerar nosso potencial. Esse tipo de carinho e autoestima é indispensável. É o ponto de partida para nos ajudarmos e ajudarmos aos outros.
Como seres humanos, possuímos uma base de trabalho que nos permite elevar nossa condição existencial e nos tornar plenamente animados. Essa base de trabalho está sempre ao nosso alcance. Temos a mente e o corpo, e eles nos são muito preciosos.
É por termos a mente e o corpo que somos capazes de compreender o mundo. A existência é maravilhosa, é algo precioso. Nenhum de nós sabe por quanto tempo viverá. Logo, enquanto estamos vivos, por que não usar a vida? Mais ainda, antes de usá-la, por que não lhe dar valor?
Como descobrir essa forma de apreço? Desejá-la na imaginação ou simplesmente falar sobre o assunto não ajuda. Na tradição de Shambhala, a disciplina para desenvolver tanto a autoestima como o apreço pelo mundo é a prática de sentar-se em meditação. A prática da meditação foi ensinada pelo Buda há mais de 2.500 anos e desde então faz parte da tradição de Shambhala.
Está baseada numa tradição oral: desde a época do Buda essa prática vem sendo transmitida de um ser humano a outro. Assim, manteve-se como tradição viva, de modo que, embora seja uma prática antiqüíssima, continua atual. Neste capítulo vamos abordar com algum detalhamento a prática da meditação, mas é importante lembrar que, para compreendê-la plenamente, é preciso receber orientação direta e individualizada.
Por meditação, entendemos aqui algo básico e muito simples, não vinculado a nenhuma cultura em particular. Estamos falando de um ato simplesmente fundamental: sentar no chão, adotar uma boa postura e cultivar o sentimento de termos um espaço próprio, de termos nosso lugar na terra.
Esse é o meio de nos redescobrirmos e de redescobrirmos nossa bondade fundamental, o meio de entrarmos em sintonia com a genuína realidade, sem nenhuma expectativa, sem nenhum preconceito.
Às vezes a palavra meditação é empregada para designar a contemplação de determinado tema ou objeto: medita-se sobre isto ou aquilo. Meditando-se sobre uma questão ou sobre um problema, pode-se achar a solução para eles. A palavra também está ligada à busca de uma condição mental superior, através de algum tipo de estado de transe ou absorção.
Mas aqui nós falamos de um conceito de meditação completamente diferente: a meditação incondicional, sem nenhum objeto ou idéia fixados na mente. Na tradição de Shambhala meditar é simplesmente treinar nosso ser para que a mente e o corpo possam estar sincronizados. Através da prática da meditação podemos aprender a ser absolutamente autênticos, sem dissimulação: podemos aprender a viver plenamente.
A vida é uma viagem sem ponto final; é uma grande rodovia que se estende infinitamente no horizonte. A prática da meditação fornece-nos um veículo para percorrer essa estrada. A viagem está cheia de altos e baixos, de esperança e medo, mas é uma boa jornada. A prática da meditação permite-nos vivenciar todas as texturas da estrada, e é justamente nisso que consiste a viagem.
Com a prática da meditação começamos a descobrir que, afinal de contas, não há em nós nenhum motivo fundamental para nos queixarmos de coisa alguma.

Trecho do livro: Shambhala: a trilha sagrada do guerreiro, Chögyam Trungpa nos conta que o caminho para a autoestima e o apreço ao mundo passa pela meditação.

...continua na próxima postagem

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Encerrando Ciclos


 
Encerrando  Ciclos
 
 
 
 
Sempre  é preciso saber quando  uma etapa chega ao final..
 
 
 
 
Se  insistirmos em permanecer  nela mais do que  o tempo necessário,  perdemos a alegria e  o sentido das outras  etapas que precisamos  viver.
Encerrando  ciclos, fechando portas,  terminando capítulos. Não  importa o nome que  damos, o que importa  é deixar no passado  os momentos da vida  que já se acabaram.
 
 
 
 
Foi  despedida do trabalho?  Terminou uma relação?  Deixou a casa dos  pais?
Partiu  para viver em outro  país?
A  amizade tão longamente  cultivada desapareceu sem  explicações?
 
 
 
 
Você  pode passar muito tempo  se perguntando 
por  que isso aconteceu. 
Pode  dizer para si que  não dará mais um  passo enquanto não  entender as razões  que levaram certas coisas,  que eram tão importantes  e sólidas em sua  vida, serem subitamente  transformadas em pó.
 
 
 
 
Mas  tal atitude será um  desgaste imenso para  todos: seus pais, seu  marido ou sua esposa,  seus amigos, seus filhos,  sua irmã, todos estarão  encerrando capítulos, virando  a folha, seguindo adiante,  e todos sofrerão ao  ver que você está  parado.
 
 
 
 
Ninguém  pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
 
 
 
 
O  que passou não voltará:  não podemos ser eternamente  meninos, adolescentes tardios,  filhos que se sentem  culpados ou rancorosos  com os pais, amantes  que revivem noite e  dia uma ligação com  quem já foi embora  e não tem a menor  intenção de voltar.
 
 
 
 
As  coisas passam, e o  melhor que fazemos é  deixar que elas realmente  possam ir embora.
 
 
 
 
Por  isso é tão importante  (por mais doloroso que  seja!) destruir recordações,  mudar de casa, dar  muitas coisas para orfanatos,  vender ou doar os  livros que tem.
 
 
 
 
Tudo  neste mundo visível  é uma manifestação  do mundo invisível,  do que está acontecendo  em nosso coração..  
....  e o desfazer-se de  certas lembranças significa  também abrir espaço  para que outras tomem  o seu lugar.
 
 
 
 
Deixar  ir embora. Soltar.
Desprender-se.
Ninguém  está jogando nesta  vida com cartas marcadas,  portanto às vezes ganhamos,  e às vezes perdemos.
 
 
 
 
Não  espere que devolvam  algo, não espere que  reconheçam seu esforço,  que descubram seu gênio,  que entendam seu amor.
 
 
 
 
Pare  de ligar sua televisão  emocional e assistir  sempre ao mesmo programa,  que mostra como você  sofreu com determinada  perda: isso o estará  apenas envenenando, e  nada mais.
 
 
 
 
Não  há nada mais perigoso  que rompimentos amorosos  que não são aceitos,  promessas de emprego  que não têm data  marcada para começar,  decisões que sempre  são adiadas em nome  do "momento ideal".
 
 
 
 
Antes  de começar um capítulo  novo, é preciso terminar  o antigo: diga a  si mesmo que o  que passou, jamais voltará.
Lembre-se  de que houve uma  época em que podia  viver sem aquilo, sem  aquela pessoa, nada  é  insubstituível,  um hábito não é  uma necessidade.
 
 
 
 
Pode  parecer óbvio, pode  mesmo ser difícil,mas  é muito importante. 
Encerrando  ciclos. Não por causa  do orgulho, por incapacidade,  ou por soberba, mas  porque simplesmente aquilo  já não se encaixa  mais na sua vida.
 
 
 
 
Feche  a porta, mude o  disco, limpe a casa,  sacuda a poeira. Deixe  de ser quem era,  e se transforme em  quem é.  
 
 
 
 
Torna-te  uma pessoa melhor e  assegura-te de que sabes  bem quem és tu  própria, antes de conheceres  alguém e de esperares  que ele veja quem  tu és..
 
 
 
 
E  lembra-te : 
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão
                                  (Fernando Pessoa)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ACEITAÇÃO - O início da transformação


 A c e i t a ç ã o
O  início da transformação 
Ana  Cristina Pereira 

A primeira  impressão que temos quando ouvimos ou  pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos.
De verdade,  se quisermos modificar qualquer aspecto da  nossa vida e de nós mesmos, devemos começar aceitando.
A  aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.
É difícil aceitar uma perda
material  ou afetiva;
 uma dificuldade financeira; 
uma  doença; 
uma  humilhação; 
uma  traição.
Mas a  aceitação é um ato de força interior, sabedoria e humildade, pois existem inúmeras situações que não estão sob o nosso controle.
As  pessoas são como são, dificilmente mudam.
Não  podemos contar com isso. A única pessoa  que podemos mudar, somos nós mesmos,  portanto, se não houver aceitação, o que estaremos fazendo é insensato, é insano.
Ser resistente,  brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar,  indignar-se, culpar, culpar-se são reações  emocionais carregadas de raiva. Raiva do  outro, raiva de si mesmo, raiva da  vida. E a raiva destrói, desagrega.
aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar.
Aceitar não é desistir, nem tão pouco resignar-se. Aceitar é estar lúcido do momento presente e se assim a vida se apresenta, assim deve ser.
Tudo está  coordenado pela Lei da ação e reação. 
No instante  em que aceitamos, desmaterializamos situações  que foram criadas por nós, soluções  surgem naturalmente através da intuição  ou  fatos trazem as respostas e as  saídas para o problema. 
Tudo  é movimento. Nada é permanente. 

A  nossa tendência “natural” é resistir,  não aceitar, combater tudo o que nos  contraria e o que nos gera sofrimento.  Dessa forma prolongamos a situação. Resistir  só nos mantém presos dentro da situação  desconfortável, muitas vezes perpetuando e  tornando tudo mais complicado e pesado.
Quando  não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados,frustrados,  insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza,  e esses padrões mentais e emocionais  criam mais dificuldades, nunca trazem solução.
Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos leva à Fé.
É fundamental entender que aceitar não significa desistir e seguir adiante com otimismo.
Ter  muitos propósitos a serem atingidos é  nossa atitude saudável diante da vida. 
Aceitar se refere ao momento presente, ao agora. 
No instante  que você aceita, você se entrega ao que a vida quer-lhe oferecer. Novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.

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