quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Tempus fugit, Rubem Alves


“Passagem de ano é o velho relógio que toca o seu carrilhão.
O sol e as estrelas entoam a melodia eterna:
“Tempus fugit”.
É porque temos medo da verdade que só aparece no silêncio solitário da noite, reunimo-nos para espantar o terror, e abafamos o ruído tranquilo do pêndulo com enormes gritarias. Contra a música suave da nossa verdade, o barulho dos rojões…
Pela manhã, seremos, de novo, o tolo Coelho da Alice:
“Estou atrasado, estou atrasado…”
Mas o relógio não desiste. Continuará a nos chamar à sabedoria:
Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será…”
Rubem Alves
In: "Tempus Fugit"

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A vida é uma peregrinação, Osho


"A vida é uma peregrinação de extraordinária beleza... Mas só para aqueles que se dispõem a buscar." 
Osho

domingo, 28 de dezembro de 2014

Manhã de verão, Emily Dickinson



Uma sépala, pétala, um espinho,
Numa simples manhã de verão _
Brilho de orvalho – uma abelha ou duas –
Brisa saltando nas árvores – 
E sou a rosa!

Emily Dickinson

Original Poem

A sepal, petal, and a thorn
Upon a common summer's morn
A flask of dew -- a bee or two
A breeze -- a caper in the trees

And I'm a rose!

Emily Dickinson


sábado, 27 de dezembro de 2014

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Papai Noel às Avessas, Carlos Drummond de Andrade



Papai Noel entrou pela porta dos fundos
(no Brasil as chaminés não são praticáveis),
entrou cauteloso que nem marido depois da farra.
Tateando na escuridão torceu o comutador
e a eletricidade bateu nas coisas resignadas,
coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.
Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos,
achou um queijo e comeu.

Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender.
Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças
(no Brasil os Papai-Noéis são todos de cara raspada)
e avançou pelo corredor branco de luar.
Aquele quarto é o das crianças
Papai entrou compenetrado.

Os meninos dormiam sonhando outros natais muito mais lindos
mas os sapatos deles estavam cheinhos de brinquedos
soldados mulheres elefantes navios
e um presidente de república de celulóide.

Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo
no interminável lenço vermelho de alcobaça.
Fez a trouxa e deu o nó, mas apertou tanto
que lá dentro mulheres elefantes soldados presidente brigavam por causa do aperto.

Os pequenos continuavam dormindo.
Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo.
Papai Noel voltou de manso para a cozinha,
apagou a luz, saiu pela porta dos fundos.

Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes.

Carlos Drummond de Andrade


Este poema foi publicado no livro "Alguma Poesia", Editora Pindorama, em 1930, primeiro livro do autor.  Texto extraído de "Nova Reunião", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1983, pág. 24.

FELIZ NATAL A TODOS!!!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal, Adélia Prado



"...Fala uma frase, feita com meu nome, 
para que ardam os crisântemos
e eu tenha um feliz natal!..."
Adélia Prado

FELIZ NATAL DENTRO DE VOCÊ!!!

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal, Charles Dickens

O coral infantil (Curitiba - PR) composto por cerca de 120 crianças, entre sete e 16 anos de idade. Elas são atendidas por instituições beneficentes e, durante todo o ano, participam de aulas de canto e instrumentos musicais. 


“O Natal é um tempo de benevolência, perdão, generosidade e alegria. A única época que conheço, no calendário do ano, em que homens e mulheres parecem, de comum acordo, abrir livremente seus corações.” 
Charles Dickens

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Enfeite a árvore de sua vida, Cora Coralina



"Enfeite a árvore de sua vida com guirlandas de gratidão!
Coloque no coração, laços de cetim rosa, amarelo, azul, carmim.
Decore seu olhar com luzes brilhantes estendendo as cores em seu semblante."
A hora é agora! 
Enfeite seu interior! 
Seja diferente!

Cora Coralina


FELIZ NATAL DENTRO DE VOCÊ!!!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Um dia de chuva, Fernando Pessoa


"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. 
Ambos existem, cada um como é."
Alberto Caeiro
Heterônimo de Fernando Pessoa 

Início do Verão no Brasil

sábado, 20 de dezembro de 2014

Simplicidade, Thoreau


"Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Tenha dois ou três afazeres e não cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia… No meio desse mar agitado da vida civilizada há tantas nuvens, tempestades, areias movediças e mil e um itens a considerar, que o ser humano tem que se orientar – se ele não afundar e definitivamente acabar não fazendo sua parte – por uma técnica simples de previsão, além de ser um grande calculista para ter sucesso. Simplifique, simplifique."

Henry David Thoreau

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Requintes, Carlos Drummond de Andrade



"A sociedade estabelece requintes de vestuário e de culinária que dispensam os de espírito." 
Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ao adormecer, Hermann Hesse


Agora que o dia me cansou,
serão meus fervorosos desejos
acolhidos gentilmente pela noite estrelada
como uma criança fatigada.
Mãos, parem toda atividade.
Testa, esqueça todo pensamento.
Todos os meus sentidos agora
querem mergulhar no sono.
E minha alma, sem amarras,
deseja flutuar com as asas livres
para, na esfera mágica da noite,
viver uma vida profunda e múltipla.

Hermann Hesse


Original Poem

"Beim Schlafengehen"
Nun der Tag mich müd' gemacht,
soll mein sehnliches Verlangen
freundlich die gestirnte Nacht
wie ein müdes Kind empfangen.
Hände, laßt von allem Tun,
Stirn, vergiß du alles Denken.
Alle meine Sinne nun
wollen sich in Schlummer senken.
Und die Seele, unbewacht,
will in freien Flügen schweben,
um im Zauberkreis der Nacht
tief und tausendfach zu leben.

Hermann Hesse

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Viver, Rubem Alves


"Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. 
A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada."  
Rubem Alves

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vencer, Gandhi


"Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer." 
Mahatma Gandhi

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Vida, Lya Luft


“Entendi que a vida não tece apenas uma teia de perdas mas nos proporciona uma sucessão de ganhos. O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.” 
Lya Luft

In: "Perdas e ganhos"

domingo, 14 de dezembro de 2014

Para que preciso de pés, Frida Kahlo

Reprodução da página do diário
de Frida Kahlo

"Para que preciso de pés
 quando tenho asas para voar?"
Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón (Coyoacán, 6 de julho de 1907 — Coyoacán, 13 de julho de 1954) foi uma pintora mexicana.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

No fim de tarde, Manoel de Barros

Por do sol, Rubião Jr. Botucatu - SP


"No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro." 
Manoel de Barros

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A infância, Francis de Croisset


"A infância aparece como um jardim maravilhoso e cintilante de flores e de frutas, mas em cujas grades e árvores há este aviso: "É proibido colher flores; é proibido comer frutos."
Francis de Croisset

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Elegância, Audrey Hepburn

Audrey Hepbrun, Atriz, Embaixatriz da UNICEF

"Elegância é a única forma de beleza que não desaparece."
Audrey Hepburn

Audrey Kathleen Ruston, conhecida internacionalmente por Audrey Hepburn (Ixelles, 4 de maio de 1929 — Tolochenaz, 20 de janeiro de 1993), foi uma premiada atriz, modelo e humanista britânica, eleita em 2009 a atriz mais bonita da história de Hollywood. É considerada um ícone de estilo e a terceira maior lenda feminina do cinema, de acordo com o American Film Institute.
Em 1987 deu início ao seu mais importante trabalho: o de Embaixatriz da UNICEF. Audrey, tendo sido vítima da guerra, sentiu-se em débito com a organização, pois foi o "United Nations Relief and Rehabitation Administration" (que deu origem à UNICEF) que chegou com comida e suprimentos após o término da Segunda Guerra Mundial, salvando sua vida. Ela passaria o ano de 1988 viajando, viagens estas que foram facilitadas por seu domínio de línguas (Audrey falava fluentemente francês, italiano, inglês, neerlandês e espanhol).
Em 1989 faria uma participação especial como um anjo em Além da eternidade. Este seria seu último filme. Audrey passaria seus últimos anos em incansáveis missões pela Unicef, visitando países, dando palestras e promovendo concertos com causas.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Faça mais, John H. Rhoades


"Faça mais do que existir – VIVA.
Faça mais do que tocar – SINTA.
Faça mais do que olhar – OBSERVE.
Faça mais do que ler – ABSORVA.
Faça mais do que escutar – OUÇA.
Faça mais do que ouvir – COMPREENDA."
John H. Rhoades

sábado, 6 de dezembro de 2014

Poesia, Jorge Amado


"A poesia não está nos versos, por vezes ela está no coração. E é tamanha. A ponto de não caber nas palavras." 
Jorge Amado

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Educação, Nelson Mandela


"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."
Nelson Mandela 

Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 — Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou Tata ('Pai').

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O amor, Gandhi

Johanna Wright

“Só o amor cura, nutre, une, entusiasma, alivia, motiva, mobiliza, possibilita a vida!”
Mahatma Gandhi 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Para que servem as mãos, Giuseppe Artidoro Ghiaroni



As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar,aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever...   
   
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos, David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos. E com as mãos os surdos-mudos falam.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada, a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes; dá cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de fidelidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com as mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera, cruzadas sobre o peito, que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem... 
E as mãos dos coveiros nos enterram!

Giuseppe Artidoro Ghiaroni 

Giuseppe Artidoro Ghiaroni (Paraíba do Sul, 22 de fevereiro de 1919 — Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2008) foi um jornalista e poeta brasileiro.

De origem humilde, em sua juventude Ghiaroni foi aprendiz de ferreiro, ajudante de cozinha e office-boy. Ao mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhou como redator do "Suplemento Literário" e no jornal "A Noite", de onde passou para a Rádio Nacional (ambas as empresas ficavam no mesmo edifício, na Praça Mauá, centro do Rio) onde consagrou-se como cronista daquela emissora. Foi o autor de "Mãe", uma das novelas de maior sucesso da Rádio Nacional e que em 1948 foi transformada em filme (Mãe) com a direção de Teófilo de Barros Filho.
Radiofonizada por Giuseppe Ghiaroni e baseada no maior tema religioso e dramático da humanidade, 'A Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo' foi ao ar pela primeira vez em 27 de março de 1959, pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo reuniu quase uma centena de artistas para fazer as vozes dos personagens bíblicos. O trabalho contava com a narração de Cesar Ladeira e a locução de Aurélio Andrade e Reinaldo Costa e participação de todo o então famoso cast de rádio-teatro da emissora. Anualmente era reproduzida em capítulos durante a Sexta-Feira da Semana Santa.
Ghiaroni foi ainda contratado da Rede Globo. Entre outros trabalhos, assessorou Chico Anysio na década de 1990, quando este produzia a "Escolinha do Professor Raimundo".

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