terça-feira, 30 de setembro de 2014

Se você revelar, Khalil Gibran


Se você revelar os seus segredos ao vento, você não deve culpar o vento por revelá-los às árvores.

Khalil Gibran 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O tempo, William Shakespeare

"...o tempo é algo que não volta atrás.
Por isso plante seu jardim e decore sua alma,
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores..."



William Shakespeare

sábado, 27 de setembro de 2014

A vida, José Saramago


“A vida,
Esta vida que inapelavelmente,
Pétala a pétala,
Vai desfolhando o tempo,
Parece, nestes meus dias,
ter parado no bem-me-quer …”

José Saramago

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Flora mais rica do mundo, Roberto Burle Marx

Sítio Roberto Burle Marx


“Gostaria que os que viessem depois de mim, pudessem
ao menos ver alguma coisa que lembrasse o país
fabuloso que é o Brasil, do ponto de vista botânico,
dono da flora mais rica do mundo.”


Roberto Burle Marx


Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 — Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um artista plástico brasileiro, renomado internacionalmente ao exercer a profissão de arquiteto-paisagista.

Principais Trabalhos
Projetou mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida no Brasil e exterior.

Leia mais


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pertences à primavera, Pablo Neruda


“Não deixastes deveres
 sem cumprir

Tua tarefa de amor
Foi a primeira

Brincaste com o mar
Como um delfim

E pertences à
Primavera.”

Pablo Neruda


  Foto: Placa na Universidade Livre do Meio Ambiente - Curitiba 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Eterna primavera, Castro Alves



'Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.' 
Castro Alves

INÍCIO DA PRIMAVERA

Antônio Frederico de Castro Alves  (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro. 
Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro.
Tendo participado de Associações abolicionistas, junto a outros tantos colegas das Faculdades de Direito no Recife e em São Paulo, Castro Alves fez-se colega, amigo e conhecido de vários literatos que, no futuro, vieram a tornar-se expoentes de nossas letras.
Um destes colegas - e o principal responsável pela preservação de seu material inédito e documentação, foi justamente um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Ruy Barbosa. Reconhecendo-lhe o talento e importância, a Academia nominou a sua cadeira 7 em homenagem ao Poeta dos Escravos, o "condoreiro" Castro Alves.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

domingo, 21 de setembro de 2014

Todo jardim, Rubem Alves


"Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma.
Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles."

Rubem Alves


HOMENAGEM AO DIA DA ÁRVORE

sábado, 20 de setembro de 2014

Vida abundante, Professor Hermógenes



"A prece de gratidão e o cântico de louvor são excelentes vitaminas, antibióticos, enzimas, hormônios, proteínas, propiciadores de vida abundante."

Professor Hermógenes

In: Cintilações.


José Hermógenes de Andrade Filho, (Natal, Brasil, 9 de março de 1921), mais conhecido como Prof. Hermógenes, é um escritor, professor e divulgador brasileiro de hatha ioga. É doutorado em Yogaterapia pelo World Development Parliament da Índia e é Doutor Honoris Causa pela Open University for Complementary Medicine. O professor Hermógenes recebeu a Medalha de Integração Nacional de Ciências da Saúde e o Diploma d'Onore no IX Congresso Internacional de Parapsicologia, Psicotrônica e Psiquiatria (Milão, 1977). Escolhido o Cidadão da Paz do Rio de Janeiro, em 1988, o Professor Hermógenes recebeu a Medalha Tiradentes em 8 de maio de 2000. A premiação foi conferida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pelo bem-estar e benefícios à saúde que as obras de José Hermógenes de Andrade Filho levaram para os brasileiros. É fundador da Academia Hermógenes de Yoga.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O bom humor, Mark Twain



“O bom humor é essencial, o que nos salva. No minuto em que surge, toda nossa irritação e ressentimento somem, cedendo lugar a um espírito radiante.”

Mark Twain

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

As vezes você levanta da cama, Charles Bukowski



”As vezes você levanta da cama de manhã e pensa, eu não vou conseguir, mas você ri por dentro lembrando todas as vezes que sentiu isso.”

Charles Bukowski


Henry Charles Bukowski Jr (nascido Heinrich Karl Bukowski; Andernach, 16 de agosto de 1920 — Los Angeles, 9 de março de 1994) foi um poeta, contista e e romancista estadunidense nascido na Alemanha. Sua obra de caráter obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições de trabalhos braçais, porres e relacionamento baratos, fascinaram gerações que buscavam uma obra com a qual pudessem se identificar.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O importante e bonito do mundo, Guimarães Rosa

Birth of Love by Vladimir Kush


"O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam".


 João Guimarães Rosa

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Reverência pela vida, Rubem Alves



"Reverência pela vida é uma condição interior, um perfume que envolve todas as coisas e nos enche de respeito para com tudo aquilo que vive."
Rubem Alves

Rubem Azevedo Alves (Boa Esperança, 15 de setembro de 1933 – Campinas, 19 de julho de 2014) foi um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis.



sábado, 13 de setembro de 2014

Mudanças, Jufras Menhal



Veja o lado bom das coisas. Você já parou pra pensar o que seriam das oportunidades se não fossem as mudanças? 

Jufras Menhal

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Cinco Regras Simples para a Felicidade, reflexão

Nina Chen


1- Liberte o seu coração do ódio/raiva
2- Liberte a sua mente das preocupações.
3- Viva com simplicidade.
4- Ofereça mais.
5- Tenha menos expectativas.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Contemplar, Auguste Rodin



“A arte é a contemplação; é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que a natureza também tem alma”. 

Auguste Rodin 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Existem coisas melhores adiante, C.S. Lewis


"Existem coisas melhores adiante do que qualquer outra que deixamos para trás."

C.S. Lewis

Sir Clive Staples Lewis (Belfast, 29 Novembro de 1898 – Oxford, 22 Novembro de  1963), mais conhecido como C.S. Lewis, foi um professor universitário, teólogo anglicano, poeta e escritor britânico, nascido na Irlanda, atual Irlanda do Norte. 

É mais conhecido por ser o autor da famosa série de livros infanto-juvenis As Crônicas de Nárnia, em sete volumes, pela qual recebeu inúmeros prêmios — incluindo a renomada medalha de Carnegie.

Lewis e J.R.R.Tolkien foram grandes amigos durante décadas, até a morte de Lewis (em 1963, aos 64 anos, quase dez anos antes da morte do próprio Tolkien), e essa amizade foi explorada no livro O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis. De fato, Lewis contribuiu para a existência de O Senhor dos Anéis, sendo sido um dos primeiros a ler O Hobbit; Tolkien jamais deixou de admirar a grande inteligência e criatividade de Lewis, e vice-versa.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Prece, Rabindranath Tagore



"Que a minha prece seja, não para ser protegido dos perigos, 
mas para não ter medo de enfrentá-los.
Que a minha prece seja, não para acalmar a dor,
mas para que o coração a conquiste.
Permita que na batalha da vida não procure aliados,
mas as minhas próprias forças.
Permita que não implore no meu medo, ansioso por ser salvo, mas que aguarde a paciência para conquistar a minha liberdade."

Rabindranath Tagore

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Humor, Viktor Frankl



“Mais que qualquer outra invenção humana, o humor permite que nos elevemos acima de nossas circunstâncias, ainda que por alguns segundos. É um truque essencial a arte de viver.”


Viktor Frankl

Psiquiatra austríaco, criador da Logoterapia

domingo, 7 de setembro de 2014

A Pátria, Olavo Bilac

A professora de Artes, Ivanice Brandalise da Escola Municipal de Ensino Fundamental Senador Teotônio Vilela, de Caxias do Sul, RS, confeccionou junto com seus alunos a Bandeira do Brasil toda trabalhada com folhas, flores e borboletas, com o intuito de despertar nos alunos o sentimento de Patriotismo.




"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,

É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!

Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com seu suor a fecunda e umedece,
vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!"


Olavo Bilac

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — 28 de dezembro de 1918)  foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. 

Em 1907 foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon- Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.

sábado, 6 de setembro de 2014

O canário, Katherine Mansfield

Foto: Andrew Zuckerman



... Você vê aquele grande prego à direita da porta da frente? Dificilmente olho para ele, mesmo agora, e até hoje não tive vontade de arrancá-lo. Gostaria de pensar que ele fosse permanecer ali, mesmo depois de mim. Às vezes imagino as pessoas no futuro a dizerem: "Deve ter havido uma gaiola pendurada ali." E isso conforta-me; sinto que ele não está inteiramente esquecido.

... Você não pode avaliar como era maravilhoso o seu canto: não cantava como os outros canários. E isto não é apenas fantasia minha. De minha janela, eu costumava ver as pessoas pararem em frente ao portão, para ouvir melhor, ou encostarem-se na cerca perto da falsa-laranjeira, um bocado de tempo, emocionadas. Suponho que você vá achar isso um absurdo — não acharia se o tivesse ouvido cantar —, mas parecia, realmente, que ele cantava as canções completas, com começo e fim.

... Por exemplo: à tarde, quando eu terminava o serviço, mudava de blusa e trazia minha costura para a varanda, ele costumava pular de um poleiro para o outro, bater contra as grades da gaiola, como se fosse para atrair minha atenção, bebia um gole d'água, tal como o faria um cantor, e punha-se a executar uma canção tão afinada que eu tinha de largar a agulha para ouvi-lo. Não sou capaz de descrevê-lo; bem que gostaria. Era sempre igual, toda tarde, e eu sentia que compreendia cada nota emitida.

... Eu o amava. Como eu o amava! Talvez não importe muito que coisa amamos neste mundo. Mas devemos amar alguma coisa. É claro, eu tinha minha casinha e o jardim, mas, por algumas razões, não era o bastante. Flores são maravilhosas, mas não sabem demonstrar simpatia. Naquela ocasião eu amava a Estrela Dalva. Isto lhe parece uma tolice? Eu tinha o costume de ir para o jardim, depois do pôr-do-sol, e esperá-la até que brilhasse por cima do eucalipto escuro. Eu costumava murmurar: "Aí está você, minha querida." E exatamente nesse instante ela parecia brilhar só para mim. Ela parecia compreender isso... alguma coisa que é como um anseio, mas não é um anseio. Ou lamento — sim, é mais parecido com lamento. E, no entanto, lamento por quê? Eu tenho tantos motivos para ser grata!

... Mas depois que ele entrou em minha vida, esqueci a Estrela Dalva; não precisei mais dela. Mas foi estranho. Quando o chinês chegou à minha porta vendendo pássaros, ele, em sua pequena gaiola, em vez de se debater contra as grades, como aqueles pobres pintassilgos, soltou um trinado fraco e curto, e eu me vi dizendo, como havia dito para a estrela por cima do eucalipto: "Aí está você, meu querido." Desde aquele momento, ele foi meu.

... Até hoje me surpreendo, quando me lembro de como ele e eu partilhávamos nossas vidas. Na hora em que eu descia, pela manhã, e retirava a toalha que cobria sua gaiola, ele saudava-me com uma notinha sonolenta. Sentia que ele queria dizer: "Tia! Tia!" Então, pendurava a gaiola no prego do lado de fora, enquanto servia o café aos meus três rapazes, e nunca o levava de volta para dentro enquanto não tínhamos a casa só para nós dois. Depois, enquanto eu lavava a louça, era uma diversão completa. Eu abria um jornal sobre um canto da mesa e, logo depois que eu punha a gaiola sobre o jornal, ele costumava bater as asas desesperadamente, como se não soubesse o que ia acontecer. "Você é um perfeito ator", eu gostava de dizer-lhe com ar de zangada. Eu raspava o fundo da gaiola, espalhava areia em cima, renovava a água e o alpiste das latinhas, espetava um pedaço de couve e meia pimenta malagueta na grade. Tenho plena certeza de que ele compreendia e apreciava cada item dessa pequena operação. Sabe, ele era por natureza muito asseado. Nunca havia uma sujeira em seu poleiro. E era preciso ver como gostava de se banhar, para se perceber que ele tinha verdadeira paixão por limpeza. Sua banheira era colocada por último; no mesmo instante ele pulava nela. Primeiro batia uma asa, depois a outra; então, mergulhava a cabeça e umedecia as penas do peito. Gotas d'água espalhavam-se por toda a cozinha, mas ele ainda não queria parar. Eu costumava dizer-lhe: "Agora basta. Você está apenas se exibindo." E por fim ele pulava para fora e, de pé sobre uma das pernas, começava a se bicar para enxugar-se. Finalmente sacudia-se, dava uma pirueta, um gorjeio, levantava a cabeça e... Ah! como dói lembrar. Nessa hora eu estava sempre enxugando as facas e quase me convencia de que elas também cantavam quando eu as esfregava para brilharem em cima da tábua.

... Companhia! É isso, veja, isso é o que ele era. Uma companhia perfeita. Se você algum dia viveu só, compreenderá o quanto isto é precioso. É verdade que havia meus três rapazes, que chegavam para o jantar todas as tardes e algumas vezes ficavam na sala, lendo o jornal. Mas eu não podia esperar que eles se interessassem pelas pequenas coisas corriqueiras do meu dia-a-dia. Por que se interessariam? Eu nada era para eles. Na verdade, eu os ouvira certa vez na escada referindo-se a mim como "O espantalho". Não importa. Não tem importância. Eu entendo muito bem. Eles são jovens. Por que haveria eu de ficar ressentida? Mas lembro-me de me sentir grata por não estar inteiramente só, naquela noite. Eu lhe disse, depois que os rapazes tinham ido embora. Eu lhe disse: "Você sabe de que nome eles chamam a Tia?" E ele deixou cair a cabeça para um lado e olhou-me com seu olhinho brilhante até que eu não pude conter o riso. Aquilo pareceu diverti-lo.

... Você já criou pássaros? Se não, tudo isto vai talvez parecer-lhe exagerado. As pessoas têm idéia de que os pássaros são seres sem coração, pequenas criaturas frias, ao contrário de cães e gatos: Minha lavadeira costumava dizer, nas segundas-feiras, quando queria saber por que eu não criava "um bonito fox-terrier": "Ter um canário não traz conforto, senhora." Não é verdade. É um grande engano. Lembro-me de uma noite. Eu tinha tido um sonho horrível — os sonhos podem ser muito cruéis — do qual, mesmo depois de acordada, não podia livrar-me. Então, vesti minha camisola e desci à cozinha, para tomar um copo d'água. Era uma noite de inverno e chovia forte. Acho que eu estava ainda meio adormecida. Pela janela da cozinha, que não tinha veneziana, a escuridão parecia estar olhando fixamente para dentro, espionando. E de repente senti que era insuportável não ter alguém a quem pudesse dizer: "Tive um sonho tão horrível" — ou "Defenda-me da escuridão." Até mesmo cobri meu rosto, por um momento. Então veio o agradável som "Psiu! Psiu!" A gaiola estava em cima da mesa, e o pano que a cobria havia escorregado, deixando uma fenda, por onde entrava um raio de luz. "Psiu, psiu!" — disse o encantador bichinho outra vez, docemente, como para dizer "Estou aqui, Tia! Estou aqui!" Aquilo soou tão agradável e confortante para mim, que quase chorei.

... E agora ele se foi. Nunca mais terei um outro pássaro, nem qualquer outro animal de estimação. Como poderia ter? Quando o encontrei, deitado de costas, os olhos turvos, as patinhas retorcidas, quando percebi que nunca mais ouviria seu canto tão querido, alguma coisa pareceu morrer em mim. Meu coração ficou vazio, como se fosse a gaiola dele. Eu hei de superar isso. É claro. Preciso fazê-lo. Com o tempo as pessoas se recuperam de qualquer coisa. Dizem que eu sempre estou bem-disposta, e têm razão. Graças a Deus, estou.

... Contudo, sem ser mórbida e mexendo nas lembranças, devo confessar que vejo nisto alguma coisa de triste na vida. Não me refiro à tristeza que todos nós conhecemos, como a doença, a pobreza e a morte. Não, é algo diferente. É lá no fundo, bem no fundo, faz parte da gente, como a respiração. Por mais que trabalhe, por mais que me canse, basta parar para sentir que essa coisa está lá, esperando. Muitas vezes eu me pergunto se todo mundo sente do mesmo jeito. Nunca se pode saber. Mas não é extraordinário que dentro de seu canto alegre, doce, tudo o que eu ouvia era: tristeza? ah, o que é isto?

Katherine Mansfield

Katherine Mansfield, pseudônimo de Kathleen Mansfield Beauchamp (Wellington, Nova Zelândia, 14 de outubro de 1888 – Fontainebleau, França, 9 de janeiro de 1923) foi uma proeminente escritora neozelandesa de histórias curtas.

O texto acima foi extraído do livro "
Felicidade e Outros Contos", Editora Revan — Rio de Janeiro, 1991, pág. 133, tradução de Julieta Cupertino.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Carpe diem, Walt Whitman

Mark Kalpin


"Aproveita o dia,
Não deixes que o dia termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoe tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.

Não permitas que a vida passe sem teres vivido..."

Walt Whitman

Walter Whitman (1819 - 1892)  foi um jornalista, ensaísta e poeta americano considerado o "pai do verso livre" e o grande poeta da revolução americana.



Carpe diem é uma expressão em latim que significa "aproveite o dia". Essa é a tradução literal, e não significa aproveitar um dia específico, mas tem o sentido de aproveitar ao máximo o agora, apreciar o presente. 

Uma frase usada do final do Império Romano, da decadência, onde eles, não tendo mais perspectivas, repetiam isso. Deveria ser "carpe spiritum diem" ou "aproveite espiritualmente o dia".

O termo foi escrito pelo poeta latino Horácio (65 a.C.-8 a.C.), no Livro "I de “Odes”, em que aconselha a sua amiga Leucone na frase: “...carpe diem, quam minimum credula postero". Uma tradução possível para a frase seria “...colha o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”.
O significado de Carpe Diem é um convite para que se aproveite o tempo presente, usufruindo os momentos intensamente sem pensar muito no que o futuro reserva.
Horácio segue a linha do epicurismo e defende que a vida é breve e a beleza perecível. Sendo a morte a única certeza, o presente deve ser aproveitado antes que seja tarde.
  
Carpe Diem é viver o hoje sem preocupações com o amanhã. É desfrutar a vida e os prazeres do momento em que se vive. Esta expressão tem o objetivo de lembrar que a vida é breve e efêmera e por isso cada instante deve ser aproveitado. Este tema é muito popular no âmbito da literatura, e teve grande importância na altura do Renascimento e do maneirismo.

No filme “A Sociedade dos Poetas Mortos” (Dead Poets Society, 1989) , a mensagem de “carpe diem” é transmitida em determinado momento aos jovens estudantes para lhes lembrar a brevidade da vida e que, por isso, deveriam vivê-la de forma extraordinária.


Carpe diem se tornou em uma filosofia de vida para muitas pessoas, sendo que muitas fazem tatuagens com essa mensagem.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

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