quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Um cantinho e um violão, Tom Jobim

Facebook:TajMauá 



"Um cantinho e um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama"
Tom Jobim


In: Corcovado, Tom Jobim



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Quando o olho não está bloqueado, Provérbio Chinês



"Quando o olho não está bloqueado, o resultado é a visão.
Quando a mente não está bloqueada, o resultado é a sabedoria, e quando o espírito não está bloqueado, o resultado é o Amor."
Provérbio Chinês

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Duas bolas, por favor, Danuza Leão



"Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Tem vontade de ficar em casa vendo um dvd, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo “errado”.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia...
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate...
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago."
Danuza Leão

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Usamos os espelhos para ver, George Bernard Shaw

O monumento "Dia e Noite" em Kaunas, Lituânia.


"Usamos os espelhos para ver o rosto e
a arte para ver a alma."
George Bernard Shaw

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Emoções, Mirna Grzich

Fonte imagem:  REVISTA PROGREDIR | MAIO 2016



São tantas emoções, já dizia um cantor popular.
Experimentamos essas emoções no nosso corpo, não na nossa mente.
A emoção é antes de tudo, um estado físico.
Não falamos do medo de ficar com o coração na boca? Ou da alegria de sentir o coração leve?
Existe uma ligação entre o cérebro e o coração. Uma ligação física, entre o nosso cérebro emocional, chamado de límbico e o nosso coração. A coisa funciona assim:
Temos um cérebro chamado cognitivo: que é educado, racional, diplomático, controlador.
E um cérebro límbico: emocional, primitivo. Tipo homem das cavernas, que fica ali no fundo em guarda. Quando ele percebe um perigo, ou uma oportunidade excepcional,  um inimigo ou uma pessoa atraente, ele aciona um alarme. Em milésimos de segundo, ele cancela todas as operações, interrompe todas as atividades do cérebro cognitivo. Isso continua acontecendo hoje com o homem e a mulher modernos. Então descobrimos emotivos demais ou completamente irracionais.
Um ataque de ansiedade ou pânico nasce desse jeito.
As imagens que vemos, os sons que ouvimos são  botão vermelho das nossas emoções.
Cuidado com as imagens que você deixa entrar, e com as palavras e sons que penetram em você.
Por isso mantras são tão importantes, para acalmar esse cérebro tão selvagem.
Por isso, contemplar a natureza é tão relaxante. E não adianta pensar que você pode cultivar o controle de tudo através do cérebro cognitivo. É como jogar lixo embaixo do tapete. Uma hora ele acaba aparecendo, e o caos se instala. O importante é ter inteligência emocional, desenvolvendo a harmonia entre esses cérebros meditando.
Meditar não é sair deste mundo, é entrar profundamente nele. É estar presente com um sorriso interior. Respirando e conectando com nosso coração no dia a dia. Pode ser no supermercado, no carro, no trabalho, com os nossos filhos, com o nosso amor.
Dizem os budistas que podemos transformar emoções negativas em virtudes.
Que a energia da raiva é a mesma que do amor. Só que num polo diferente.
Que a energia da inveja é a mesma que da admiração.
Que a energia do medo é a mesma que da coragem.
Que a energia da ignorância é a mesma que da sabedoria.
É como uma alquimia.
O nosso ouro interior surge quando nos aceitamos, sem críticas e confiamos na nossa natureza pura, na nossa luz. O segredo é aceitar a nossa natureza que pode estar encoberta, mas está lá sempre, esperando por este momento. Quando você olha para dentro e entende que é assim, a complexidade da vida e confia.

Mirna Grzich

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Balanço, Rubem Alves

Foto: Nathalia Vieira

"No pé de nêspera eu fiz um balanço. Já disse que balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde meu balanço está amarrado."
Rubem Alves

Fonte: Jardim, Rubem Alves

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Certas palavras, Vinicius de Moraes

Illustris.pl


"Certas palavras podem dizer muitas coisas;
Certos olhares podem valer mais do que mil palavras;
Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora;
Certos gestos, parecem sinais guiando-nos pelo caminho;
Certos toques parecem estremecer todo nosso coração;
Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais,
Assim como você que deixarão belas lembranças para todo o sempre."
Vinicius de Moraes

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Amar é pra quem ama, Lenine

Rob Terracchio Illustratrice


Amor é pra quem ama
Amor matéria-prima
A chama
O sumo
A soma
O tema
Amor é pra quem vive
Amor que não prescreve
Eterno
Terno
Pleno
Insano
Luz do sol da noite escura


Lenine


Fonte: Música: Amor é para quem ama, Lenine



HOMENAGEM AO VALENTINE´S DAY

Ouça também:



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O sonho encheu a noite, Adélia Prado



"O sonho encheu a noite, extravasou pro meu dia, encheu minha vida, e é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre."
Adélia Prado



Fonte: Facebook: Eu amo leitura


domingo, 11 de fevereiro de 2018

Algumas coisas chamam atenção, Provérbio indígena



"Algumas coisas chamam a atenção de seus olhos, mas busque apenas as que capturem seu coração."
Provérbio de um Índio ancião

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Em todas as coisas da natureza, Aristóteles

Amanhecer - Travessia de barcas (Vicente de Carvalho - Santos)
Foto: Nathalia Vieira



'Em todas as coisas da natureza existe algo de maravilhoso.'
Aristóteles

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Quando se ama, Clarice Lispector


'Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.'
Clarice Lispector

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Ora sou pétala, Karla Tabalipa

Bromélia Ananás

'Ora sou pétala, ora sou espinho
e entre tantos amores e dores,
eu floresço.'
Karla Tabalipa

domingo, 4 de fevereiro de 2018

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Eu sei mas não devia, Marina Colasanti



Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(1972)
Marina Colasanti

In: extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

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