terça-feira, 30 de novembro de 2010

O PONTO NEGRO





Conta-se que um professor preparou sua aula  estendendo um grande lençol branco numa das paredes da sala. À medida que os alunos iam entrando, tinham sua curiosidade despertada por aquele objeto estranho estendido bem à sua frente.

O professor iniciou a aula perguntando a todos o que viam. O primeiro que se manifestou disse que via um pontinho preto, no que foi seguido pelos demais. Todos conseguiram ver o pontinho preto que fora colocado, de propósito, no centro do lençol branco.
Depois de perguntar a todos se o ponto preto era a única coisa que viam, e ouvir a resposta afirmativa, o professor lançou outra questão:

—Vocês não estão vendo todo o resto do lençol? Vocês conseguem somente ver o pequeno ponto preto e não percebem a parte branca, que é muito mais extensa?
Naquele momento os alunos entenderam o propósito da aula: ensinar a ampliar e educar a visão, para perceber melhor o conjunto e não ficar atento somente aos pormenores ou às coisas negativas.

Essa é, na maior parte das vezes, a nossa forma de ver as pessoas e situações que nos rodeiam. Costumamos dar um peso exagerado às coisas ruins e pouca importância ao que se realiza de bom.

Se um amigo sempre nos trata com cortesia, com afabilidade e atenção e, num determinado momento, nos trata de maneira áspera, pronto. Tudo o que ele fez até então cai por terra. Já nos indignamos e o conceito que tínhamos dele até então, muda totalmente.

É como se nossos olhos só pudessem ver o pequeno ponto preto. Não levamos em conta a possibilidade de nosso amigo ou amiga estar precisando da nossa ajuda. Não nos damos conta de que talvez esteja com dificuldades e por isso nos tratou de forma diferente. Temos sido tão exigentes com os outros! Mas, se somos nós que estamos indispostos, todos têm que suportar nosso mau humor, nossa falta de cortesia.



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Um casal completava seus 60 anos de matrimônio, e uma das netas perguntou à avó:
—Vózinha, como é que a senhora aguentou o vovô até hoje? Ele é uma pessoa muito difícil de tolerar.

A vovó, com um sorriso de serenidade, respondeu à neta:

—É simples, minha filha. Eu sempre tive comigo uma balança imaginária. Colocava num dos pratos as coisas ruins que seu avô fazia. No outro prato da balança eu depositava as coisas boas. E o prato sempre pendia para o lado das coisas boas.

Nós também fazemos uso da balança imaginária. Mas, muitas vezes, o peso que atribuímos às coisas ruins é desproporcional e a balança tende a pender mais para esse lado. Vez que outra é importante que façamos uma aferição na nossa balança, para verificar se ela não está desregulada, pendendo muito para o lado dos equívocos.

Saibamos valorizar as boas ações. Não façamos como os alunos, que só viam o ponto preto no centro de um enorme lençol branco. Eduquemos a nossa visão para perceber melhor as coisas boas da vida. Desenvolvamos a nossa capacidade de ver e valorizar tudo o que nos acontece de bom.


Os benfeitores da Humanidade recomendam que sejamos severos para conosco mesmos e indulgentes para com nosso próximo. Contrariando tal recomendação, a maior parte das vezes somos indulgentes para conosco e muito severos para com os equívocos alheios.
Vale a pena meditar nos ensinos que nos chegam do Alto. Vale a pena que exercitemos o perdão aos semelhantes. E vale também a pena que sejamos mais exigentes conosco, buscando sempre melhorar nosso comportamento.


Colaboração de: Jadir Albino apresentador do programa "Fronteiras da Ciência", TV Santa Cecília, Santos - SP.

http://www.jornaldaorla.com.br/blog_integra.asp?cd_autor=23

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

RESSIGNIFICAR



Entre incontáveis livros da minha infância e adolescência, posso dizer que "Pollyanna" foi um dos que me marcou profundamente. Relendo-o agora percebo que não fui traída pela memória, passagens inteiras afloram à minha mente antes mesmo de completar a leitura.
Mas o que pode ter este livro, literatura de escolares e adolescentes, de útil ou interessante para os penelistas? Acredito que para a PNL, "Pollyanna" poderia ter o seguinte subtítulo: "Um livro sobre RESSIGNIFICAR".
Trata-se da história de uma menina de onze anos, filha de um missionário pobre, que após ficar órfã, vai morar em outra cidade com uma tia rica, rígida e severa, à qual não conhecia previamente. Pollyanna ensina às pessoas de sua relação na nova comunidade o jogo do contente, que havia aprendido com seu pai no dia em que esperava ganhar uma boneca e recebeu um par de muletinhas. Seu pai lhe explicou que não existia nada que não pudesse ter dentro qualquer coisa capaz de nos fazer contentes, e ela então ficou contente por não precisar das muletinhas. E depois desse dia, criou o jogo de procurar em tudo que há ou acontece, alguma coisa que a faça contente, e o ensina sempre que encontra alguém triste, aborrecido ou mal-humorado.

Este livro pode servir de várias maneiras, certamente é um belo treino em ressignificação de conteúdo, especialmente para os praticantes de PNL que compreendem racionalmente a estrutura que está por trás do processo de ressignificar. Serve como sugestão de leitura para nossas crianças e também para os nossos pacientes.
E como diz Pollyanna: "Muitas vezes me acontece de brincar o jogo do contente sem pensar, a gente fica tão acostumada que brinca sem saber. Em tudo há sempre alguma coisa capaz de deixar a gente alegre; a questão é descobri-la."
Talvez com menos qualidade, mas certamente interessante, encontra-se em locadores de vídeo o filme sobre o livro, com o mesmo nome. 
 
Revisão feita por Márcia Hexsel Abichequer
Médica nefrologista e Master Practitioner em PNL 

http://www.golfinho.com.br/livros/liv222.asp

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

FASES DA VIDA



"Quer ver um milagre?
Tente este:
Tome uma semente menor do que um grão de arroz.
Ponha a semente debaixo de alguns centímetros de terra.
Dê-lhe água, luz e fertilizante, e prepare-se.
Não importa se o chão é bilhões de vezes mais pesado do que a semente.
A semente o romperá.
A cada primavera, sonhadores em todo o mundo plantam pequeninas esperanças em solo improdutivo.
A cada primavera, suas esperanças surgem em condições desfavoráveis e brotam.
Não devemos subestimar o poder de uma semente.
A verdade é que tenho na minha mão uma floresta, por quê?
Porque em cada semente há uma árvore, em cada árvore há frutos com sementes e nessas sementes também há árvores com frutos e, sementes que germinarão em outras árvores com frutos, sementes etc.
Em síntese, o que você vê não é tudo o que existe.
Isto é potencial.
Não se trata do que é, mas do que poderá vir a ser.
Deus criou tudo com potencial, inclusive você. Ele colocou uma semente dentro de cada coisa e plantou dentro de cada um que criou. Tudo na vida tem um potencial.
Não aceite o seu presente estado como definitivo porque ele é apenas isso, um estágio, uma fase de sua vida.
Não se satisfaça com sua última realização, por que há muitas outras ainda."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

APRENDIZ DA VIDA

Muralha da China


"Um  dia desses,  na  sala de espera de  um consultório médico,  percebi, 
solta entre as revistas, uma folha de papel.

A curiosidade fez com que a tomasse
para ler o conteúdo. Era uma bela mensagem
que alguém havia escrito.
O título, interessante e curioso:
“Aprendi”...
e dizia o seguinte:
Aprendi 

que eu não posso exigir
o amor de ninguém,
posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e
ter paciência, para que a vida
faça o resto.
Aprendi 

que não importa o quanto
certas coisas sejam importantes
para mim,
tem gente que não dá a mínima
e eu jamais
conseguirei convencê-las.
Aprendi 

que posso passar anos
construindo
uma verdade
e destruí-la
em apenas alguns segundos
.
Aprendi

que posso usar meu charme
por apenas 5 minutos...
depois disso, preciso saber
do que estou falando.
Eu  aprendi... 
Que posso fazer algo
em um minuto
e ter que responder por isso
o resto da vida.
Aprendi

que por mais
que se corte um pão,
cada fatia
continua tendo duas faces...
e o mesmo vale para tudo
o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... 

Que vai demorar muito
para me transformar
na pessoa que quero ser...
e devo ter paciência.
Mas,  aprendi também, 

que posso ir
além dos limites
que eu próprio coloquei.
Aprendi 

que preciso escolher
entre
controlar meus pensamentos
ou ser controlado por eles.
Aprendi...

Que os heróis são pessoas
que fazem o que devem fazer “naquele” momento, independentemente
do medo que sentem.
Aprendi 

que perdoar exige muita prática
e que há muita gente
que gosta de mim,
mas não consegue
demonstrá-lo.
Aprendi... 

Que nos momentos mais difíceis,
a ajuda veio justamente
daquela pessoa
que eu achava
que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi 

que posso ficar furioso.
Tenho direito de me irritar,
mas não tenho o direito
de ser cruel.
Aprendi 

e repasso ao mundo,
que jamais posso
dizer a uma criança que seus SONHOS SÃO IMPOSSÍVEIS,
pois seria uma tragédia
para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu  aprendi 

que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando...

E que eu tenho que
me acostumar com isso.

Aprendi

que não é o bastante
ser perdoado pelos outros...

eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi   que, 

não importa
o quanto meu coração esteja sofrendo,
o mundo não vai parar
por causa disso.
Eu  aprendi... 

Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis
pelo que eu sou,
mas não pelas escolhas
que eu faço quando adulto.
Aprendi  que, 

numa briga, eu preciso escolher de que lado estou,
mesmo quando
não quero me envolver.
Aprendi

que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem;
e quando duas pessoas
não discutem,
não significa que elas se amem.
Aprendi  que, 

por mais que eu queira
proteger os meus filhos,
eles vão se machucar
e eu também.

Isso faz parte da vida.
Aprendi   

que a minha existência
pode mudar para sempre,
em poucas horas,
por causa de gente que eu
nunca vi antes.
Aprendi 

também que diplomas na parede
não me fazem
mais respeitável
nem mais sábio.
Aprendi 

que as palavras de amor
perdem o sentido,
quando usadas sem critério.
E  que amigos 
não são apenas
para guardar no fundo do peito,
mas para mostrar
que são amigos.
Aprendi 

que certas pessoas
vão embora da nossa vida
de qualquer maneira,
mesmo que desejemos
retê-las para sempre.
Aprendi,  afinal, 

que é difícil
traçar uma linha
entre ser gentil,
não ferir as pessoas,
e saber lutar
pelas coisas em que acredito. 
Com  essa folha de papel 

eu aprendi

que ainda tenho muito
a aprender em minha vida.
  
      Com  todo meu carinho  
      para   vocês,
      que  continuam me ensinando   como viver. 
          A Vida é uma obra de arte!"




Colaboração de: Ana Maria Freitas

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A SOBERBA




Era um rico fazendeiro. Enriquecera repentinamente, graças a uma herança de parente afastado que morrera, sem deixar outros herdeiros.

Tão logo tomou posse da imensa propriedade, mostrou-se arrogante e orgulhoso. Sabia somente exigir. As palavras "por favor" e "obrigado" jamais chegavam aos seus lábios. Eram somente ordens grosseiras, mandos e desmandos. Se um empregado cometia uma pequena falha, era tratado com muita grosseria.

Se alguma enfermidade tomava conta de um deles, logo tratava de mandá-lo embora da fazenda. Às vezes, nem lhe pagava todos os direitos trabalhistas.

Ele se considerava o rei daquele local. Ninguém tinha maior poder que ele. Era exigente no cardápio das refeições e se o alimento estivesse com menos sal, ou quente demais, ou não tão gostoso como esperava, coitada da cozinheira.

Ouvia, durante horas, os seus gritos e ameaças. É claro que, com tal atitude, ele não tinha amigos. Os serviçais permaneciam ao seu lado muito mais pela necessidade de emprego do que por qualquer outro motivo.

Certo dia, em que estava deitado em sua rede, debaixo das árvores, tomando delicioso refresco, ouviu os gritos de uma mulher que suplicava ajuda. O filho de três anos caíra em um buraco.

Para retirá-lo seria necessário um carro de tração para descer um homem aos poucos e o retirar de lá. Ele possuía o carro. Talvez pudesse emprestá-lo e também dois empregados para ajudá-la a salvar o filho.

O homem se enraiveceu. Quem era aquela mulher que invadia a sua propriedade daquele jeito? O que é que ele tinha a ver com o problema dela? O filho era dela. Ela que resolvesse a situação. E a expulsou de suas terras.

Passados uns dias, ele amanheceu doente. Naturalmente, alimentando tanta raiva, se intoxicara. Amanheceu inchado. Não podia andar, nem se mexer. Mal falava porque a língua inchara demais.

Foram chamados médicos que cobraram uma fortuna, lhe deram muitos remédios e não conseguiram curá-lo. Um dia, em que as dores mais o atormentavam, ele ordenou ao seu servidor particular que procurasse alguém que o curasse.

O bom criado saiu e voltou hora depois com uma mulher, que logo começou a tratá-lo. Iniciou orando ao lado do seu leito. Durante dias, serviu-lhe a alimentação, e lhe tratou a febre. Usava de carinho para lhe dar o banho, colocava almofadas para que tivesse reduzido o desconforto. Esmerava-se no atendimento.

Quando ele se queixava de dores, ela fazia compressa e orava. Acarinhava-o e lhe falava da igualdade entre os homens. Ricos e pobres, bons e maus, bonitos e feios, perfeitos e deficientes.

Aos poucos, ele foi se sentindo tocado por aquela mulher, por aquelas palavras e, um dia, lhe perguntou, já bem melhorado seu estado de saúde:

—Quem é você, afinal?

—Não me reconhece?

Só então o rico fazendeiro percebeu que a sua benfeitora era aquela mulher que o procurara para que ele lhe salvasse o filho.

[com base no livro: O melhor é viver em família, v.9]

Não desprezemos a ninguém porque, em síntese, o Divino Pai nos colocou no mundo, como filhos Seus, para que nos auxiliemos mutuamente. Deus materializa o Seu auxílio através dos braços e mãos dos homens. E fala do Seu amor pela boca dos que servem a seus irmãos, sem considerar cor da pele, posição social, raça ou crença religiosa.

Você sabe por que o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.
  

Jornal da Orla - Santos - SP 

Coluna de : Jadir Albino

http://www.jornaldaorla.com.br/blog_integra.asp?cd_autor=23 

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