Meu trabalho é amar o mundo.
Aqui os girassóis, ali o beija flor -
Iguais na busca da doçura.
Aqui o fermento crescendo; ali as ameixas azuis.
Aqui o marisco fundo na areia cintilante.
Minhas botas estão velhas? Meu casaco rasgado?
Não sou mais jovem,
mas ainda menos que perfeita? Deixa que eu
tenho em mente o que importa
qu é meu
trabalho,
que é quase só ficar de pé e aprender a me
espantar.
O louro, a esporinha.
a ovelha no pasto, e o pasto,
que a quase só a me alegrar, pois todos os ingredientes estão
aqui,
que é a gratidão, por ter recebido uma mente e um coração
que estas roupas do corpo,
Uma boca para dar gritos de alegria
A mariposa a cambaxirra, ao sonolento marisco escavado,
Dizendo a eles todos, sem parar
que vivemos para sempre.
Mary Oliver
Tradução de Jorge Pontual*
Tradução de Jorge Pontual*
Mary Oliver, nascida em 10 de setembro de 1935. É uma poeta americana que ganhou o National Book Award e o Prêmio Pulitzer. Vive em Provincetown, Massachusetts, numa pequena cidade artistas e escritores próximo a Boston.
Messenger
My work is loving the
world.
Here the sunflowers, there
the hummingbird –
equal seekers of sweetness.
Here the quickening yeast;
there the blue plums.
Here the clam deep in the
speckled sand.
Are my boots old? Is
my coat torn?
Am I no longer young, and
still not half-perfect? Let me
keep my mind on what
matters,
which is my work,
which is mostly rejoicing
standing still and learning to be
astonished.
The phoebe, the delphinium.
The sheep in the pasture,
and the pasture.
Which is mostly rejoicing,
since all the ingredients are here,
which is gratitude, to be
given a mind and a heart
and these body-clothes,
a mouth with which to give
shouts of joy
to the moth and the wren,
to the sleep dug-up clam,
telling them all, over and
over, how it is
that we live forever.
Mary Oliver
*Jorge Alexandre
Faure Pontual (Belo
Horizonte, 4 de novembro de 1948) é um escritor e jornalista
brasileiro.
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