sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As ovelhas e as aves de rapina, Fabrício Carpinejar



“As ovelhas são burras.” 
Lembro quando me saltou essa frase em Friedrich Nietzsche (1844-1900). Ele orientava a não seguir o rebanho da covardia. 

Para Nietzsche, há dois tipos de temperamento: o forte e intrépido representado pela ave de rapina e o segundo volúvel, simbolizado pela ovelha, com o perfil ressentido, escravo do medo. A ovelha anda em bando, não pensa, não se posiciona, volta para seu cativeiro sempre que dá um passo a mais fora dos limites conhecidos. Engana a caça com a "fábrica de mentiras", nunca com o enfrentamento, jamais com o olho no olho. Escapa das aves de rapina se agrupando entre seus semelhantes, esperando que uma outra ovelha seja sacrificada em seu lugar. A ovelha somente se salva pela delação, acha que a fraqueza é mérito.

As aves de rapinas são solitárias. Irão se impor pela firmeza de suas ideias, não temem discordar da maioria ou se expor ao céu da visibilidade. Elas enfrentam as alturas, correm mais riscos, onde o ar é mais rarefeito, mas terão o privilégio das melhores paisagens. 

Já a ovelha termina sua vida olhando apenas para o chão... 


Fabricio Carpinejar

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