terça-feira, 30 de outubro de 2012

Esperança, Emily Dickinson




"Esperança" é a coisa com penas
Que se empoleira na alma
E canta um som sem palavras
E nunca, mas nunca, pára,

E mais doce é ouvido no vendaval;
E dura precisa ser a tempestade
Que poderia desanimar o passarinho
Que mantém aquecidos a tantos.

Já o ouvi nas terras mais geladas
E nos mares mais estranhos,
Entretanto nunca, mesmo no desespero,
Ele pediu uma migalha a mim.



Emily Dickinson


Tradução de Luiz Felipe Coelho


Fonte: The Poems of Emily Dickinson Edited by R. W. Franklin (Harvard University Press, 1999)

Emily Elizabeth Dickinson (Amherst, 10 de dezembro de 1830 - 15 de maio de 1886) foi uma poetisa americana, considerada moderna em vários aspectos da sua obra. É a poetisa da solidão e do pranto da alma. 

O poema Esperança, como um pássaro que se empoleira na alma humana. Pulsa caladamente e infatigavelmente, transmitindo confiança e aconchego, sobretudo, nos maus momentos.
E, é quando a tempestade se desencadeia mais violenta e feroz, que a esperança, essa coisa com penas, esse sentimento que não se esgota e vive sempre conosco, é ainda mais doce e mais vivaz, sem nunca pedir nada em troca.

Original Poem


"Hope is the Thing With Feathers"

Hope is the thing with feathers
That perches in the soul,
And sings the tune--without the words,
And never stops at all,
And sweetest in the Gale is heard;
And sore must be the Storm
That could abash the little Bird
That kept so many warm.
I've heard it in the chillest land,
And on the strangest Sea;
Yet, never, in Extremity,
It asked a crumb of me.



Emily Dickinson, "'Hope' is the Thing with Feathers" from The Complete Poems of Emily Dickinson, edited by Thomas H. Johnson.  Copyright 1945, 1951, 8 1955, 1979, 1983 by the President and Fellows of Harvard College.  Reprinted with the permission of The Belknap Press of Harvard University Press.
Source: The Poems of Emily Dickinson Edited by R. W. Franklin (Harvard University Press, 1999)

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