quinta-feira, 6 de março de 2014

De tudo fica um pouco, Carlos Drummond de Andrade

Pintura de Ángel Sanz Goena


De tudo fica um pouco.

Fica um pouco de teu queixo

No queixo de tua filha.

Do teu áspero silêncio

um pouco ficou, um pouco

nos muros zangados,

nas folhas, mudas, que sobem.

Carlos Drummond de Andrade


In: Resíduo, pg. 158 (CDA)

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