domingo, 18 de fevereiro de 2018

Emoções, Mirna Grzich

Fonte imagem:  REVISTA PROGREDIR | MAIO 2016



São tantas emoções, já dizia um cantor popular.
Experimentamos essas emoções no nosso corpo, não na nossa mente.
A emoção é antes de tudo, um estado físico.
Não falamos do medo de ficar com o coração na boca? Ou da alegria de sentir o coração leve?
Existe uma ligação entre o cérebro e o coração. Uma ligação física, entre o nosso cérebro emocional, chamado de límbico e o nosso coração. A coisa funciona assim:
Temos um cérebro chamado cognitivo: que é educado, racional, diplomático, controlador.
E um cérebro límbico: emocional, primitivo. Tipo homem das cavernas, que fica ali no fundo em guarda. Quando ele percebe um perigo, ou uma oportunidade excepcional,  um inimigo ou uma pessoa atraente, ele aciona um alarme. Em milésimos de segundo, ele cancela todas as operações, interrompe todas as atividades do cérebro cognitivo. Isso continua acontecendo hoje com o homem e a mulher modernos. Então descobrimos emotivos demais ou completamente irracionais.
Um ataque de ansiedade ou pânico nasce desse jeito.
As imagens que vemos, os sons que ouvimos são  botão vermelho das nossas emoções.
Cuidado com as imagens que você deixa entrar, e com as palavras e sons que penetram em você.
Por isso mantras são tão importantes, para acalmar esse cérebro tão selvagem.
Por isso, contemplar a natureza é tão relaxante. E não adianta pensar que você pode cultivar o controle de tudo através do cérebro cognitivo. É como jogar lixo embaixo do tapete. Uma hora ele acaba aparecendo, e o caos se instala. O importante é ter inteligência emocional, desenvolvendo a harmonia entre esses cérebros meditando.
Meditar não é sair deste mundo, é entrar profundamente nele. É estar presente com um sorriso interior. Respirando e conectando com nosso coração no dia a dia. Pode ser no supermercado, no carro, no trabalho, com os nossos filhos, com o nosso amor.
Dizem os budistas que podemos transformar emoções negativas em virtudes.
Que a energia da raiva é a mesma que do amor. Só que num polo diferente.
Que a energia da inveja é a mesma que da admiração.
Que a energia do medo é a mesma que da coragem.
Que a energia da ignorância é a mesma que da sabedoria.
É como uma alquimia.
O nosso ouro interior surge quando nos aceitamos, sem críticas e confiamos na nossa natureza pura, na nossa luz. O segredo é aceitar a nossa natureza que pode estar encoberta, mas está lá sempre, esperando por este momento. Quando você olha para dentro e entende que é assim, a complexidade da vida e confia.

Mirna Grzich

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