Hilda Hilst
Se permitires
Traço nesta lousa
O que em mim se faz
E não repousa:
Uma Ideia de Deus.
Clara como Cousa
Se sobrepondo
A tudo que não ouso.
Clara como Cousa
Sob um feixe de luz
Num lúcido anteparo.
Se permitires ouso
Comparar o que penso
A Ouro e Aro
Na superfície clara
De um solário.
E te parece pouco
Tanta exatidão
Em quem não ousa?
Um Ideia de Deus
No meu peito se faz
E não repousa.
E o mais fundo de mim
Me diz apenas: Canta,
Porque à tua volta
É noite. O Ser descansa.
Ousa.
(1967)
Hilda Hilst
Hilda de Almeida Prado Hilst (Jaú, 21 de abril de 1930 - Campinas, 4 de fevereiro de 2004) foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX.
Hilda de Almeida Prado Hilst (Jaú, 21 de abril de 1930 - Campinas, 4 de fevereiro de 2004) foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX.
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