sábado, 24 de novembro de 2012

O silêncio do mundo e o nosso barulho, Thomas Merton


“Os que amam o ruído que fazem são impacientes com o resto. Desafiam constantemente o silêncio das florestas, das montanhas e do mar. Passeiam com suas máquinas pela floresta silenciosa, em todas as direções, cheios de medo de que um mundo calmo os acuse de vazios. A pressa da sua velocidade, a pretexto de um fim, simula ignorar a tranquilidade da natureza. O avião ruidoso, por sua trajetória, por seu estrondo, por sua força aparente, por um momento parece negar a realidade das nuvens e do céu. Vai-se o avião, fica o silêncio do céu. Afasta-se ele, a tranquilidade das nuvens permanece. O silêncio do mundo é que é real. O nosso barulho, os nossos negócios, os nosso planos e todas as nossas fátuas explicações sobre o nosso barulho, negócios e planos, tudo isso é ilusão.”

Thomas Merton

in 'No Man is an Island', de Thomas Merton
(Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, New York), 1955. p. 257
No Brasil: 'Homem algum é uma ilha', (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 216

Thomas Merton (Prades, França, 31 de Janeiro de 1915 - Bangkok, Tailândia 10 de Dezembro de 1968) foi um escritor católico do século XX. Monge trapista da Abadia de Gethsemani, Kentucky, ele foi um poeta, ativista social e estudante de religiões comparadas. Ele escreveu mais de setenta livros, a maioria sobre espiritualidade, e também foi objeto de várias biografias.

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Fonte: http://reflexoes-merton.blogspot.com.br/2008/06/o-silncio-do-mundo-e-o-nosso-barulho.html

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