quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Faz escuro mas eu canto, Thiago de Mello


Sunrise by the ocean, Vladimir Kush

Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.
Quem sofre fica acordado
defendendo o coração.
Vamos juntos, multidão,
trabalhar pela alegria,
amanhã é um novo dia.


Thiago de Mello, In 'Faz escuro mas eu canto', 1966
O poema acima foi extraído do livro "Faz escuro mas eu canto", Bertrand Brasil - 1999, Rio de Janeiro, pág. 60.

Amadeu Thiago de Mello (Barreirinha - AM, 30 de março de 1926) é um poeta brasileiro.
Natural do Estado do Amazonas, é um dos poetas mais influentes e respeitados no pais, reconhecido como um ícone da literatura regional.
Tem obras traduzidas para mais de trinta idiomas. Preso durante a ditadura (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Um traduziu a obra do outro e Neruda escreveu ensaios sobre o amigo.
Publicou mais de 50 livros entre os quais: Silêncio e Palavra, Narciso Cego, Estatuto do Homem, Faz Escuro Mas Eu Canto, Num Campo de Margaridas e outros. 


Poemas:

Silêncio e Palavra, 1951

Narciso Cego, 1952

A Lenda da Rosa, 1956

Vento Geral, 1960 (reunião dos livros anteriores e mais dois inéditos: Tenebrosa Acqua e Ponderações que faz o defunto aos que lhe fazem o velório)

Faz Escuro, mas eu Canto, 1965

A Canção do Amor Armado, 1966

Poesia comprometida com a minha e a tua vida, 1975

Os Estatutos do Homem, 1977 (com desenhos de Aldemir Martins)

Horóscopo para os que estão Vivos, 1984

Mormaço na Floresta, 1984

Vento Geral – Poesia 1951-1981, 1981

Num Campo de Margaridas, 1986

De uma Vez por Todas, 1996

Prosa:

Notícia da Visitação que fiz no Verão de 1953 ao rio Amazonas e seus Barrancos, 1957

A Estrela da Manhã, 1968;

Arte e Ciência de Empinar Papagaio, 1983

Manaus, Amor e Memória, 1984

Amazonas, Pátria da Água, 1991 (edição de luxo, bilíngüe (português e inglês), com fotografias de Luiz Cláudio Marigo).

Amazônia — A Menina dos Olhos do Mundo, 1992

O Povo sabe o que Diz, 1993

Borges na Luz de Borges, 1993.

Discos:

Poesias de Thiago de Mello, 1963

Die Statuten des Menschen. Cantata para orquestra e coro. Música de Peter Jansens, 1976

Thiago de Mello, Palabra de esta América. Casa de las Américas. La Habana, 1985

Mormaço na Floresta. Locução do autor, 1986

Os Estatutos do Homem e Poemas Inéditos, 1992

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